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Pedaços da fome

Carolina Maria de Jesus nutriu por toda sua vida o sonho de ser reconhecida como autora de ficção, e era como poeta que ela se apresentava. Como não houve, à época, aceitação do mercado editorial para sua produção literária ficcional, ela realizou seu sonho por conta própria e lançou em 1963 um romance.

O título original da obra era “A felizarda”, mas a versão publicada recebeu, a contragosto da autora, o título de Pedaços da fome.

 Até onde se sabe, esse romance é o terceiro livro do gênero publicado no Brasil por uma autora negra. Antes dele, Ruth Guimarães lançou Água funda, em 1946, e Maria Firmina dos Reis, pioneira da forma, publicou Úrsula, em 1859.

Provérbios 

O livro Provérbios foi lançado no mesmo ano em que saiu Pedaços da fome, 1963, e também de forma independente. Trata-se de uma obra que condensa uma marca estética importante na escrita de Carolina, justamente a palavra proverbial, que pode ser recolhida em sua produção de forma geral. 

O provérbio é uma forma literária muito presente nas culturas africanas, demarca um conhecimento condensado em poucas palavras; articula, no discurso, pílulas de encantamento.

Antologia pessoal 

Em 1996 a editora da UFRJ lançou uma antologia de poemas reunindo parte da produção poética de Carolina Maria de Jesus. 

O livro foi organizado por José Carlos Sebe Bom Meihy e contou com um prefácio de Marisa Lajolo.

Meu estranho diário

Em 1996, Meu estranho diário, organizado pelos professores José Carlos Sebe Bom Meihy e Robert Levine, reuniu fragmentos inéditos de diários de Carolina Maria de Jesus, ampliando o acesso dos/as leitores/as aos escritos de Quarto de despejo e Casa de alvenaria, editados na década de 1960.

Onde estaes felicidade?

Lançado em 2014 pela editora Me Parió Revolução, com organização de Dinha Maria Nilda e Raffaella Fernandes, o livro reúne textos originais de Carolina Maria de Jesus e ensaios críticos sobre sua obra.

O escravo

O romance O escravo estava inédito até o lançamento em 2023 pela editora Companhia das Letras. Sua publicação materializa o sonho de Carolina de ver sua escrita de romances valorizada, liberta das gavetas do esquecimento.